Paulo Portas foi o speaker convidado do evento
Lisboa, 17 de maio de 2023 – A Xerox Portugal, uma empresa especializada em tecnologia de impressão para o ambiente de escritório e para a área de produção, e especialista emsoluções e serviços para ajudar as pessoas a transformar a forma como trabalham, juntou representantes de várias empresas, no passado dia 16 de maio, para assistir a uma palestra de Paulo Portas sobre os atuais desafios geopolíticos e geoeconómicos globais que impactam a economia nacional, em particular, as dinâmicas empresariais.
A Xerox Corporate Talks decorreu no Hotel Eurostars, no Parque das Nações, em Lisboa. O almoço executivo, que contou com a presença de 30 clientes em posição de liderança em empresas, teve Paulo Portas como speaker convidado.
A imprevisibilidade foi um dos fatores inicialmente abordados para alertar os empresários e gestores presentes na sala, nomeadamente quanto à pandemia da covid-19 e à guerra na Europa.
“Nós vivemos nos últimos três anos e meio, vamos a caminho de quatro, sob a égide de dois fatores que não eram considerados, nem possíveis, nem prováveis”, contou Paulo Portas.
No entanto, o ano de 2023 corre “melhor do que se previa”. Como explicou o atual comentador, no final do último trimestre do ano passado, previa-se que três das cinco grandes economias da Europa estivessem em contração, mas os dados atuais apontam o Reino Unido como sendo a única em efetivo risco.
“Eu acho que os europeus têm razões para estar menos pessimistas do que no final do ano passado, porque 2023 está a correr ligeiramente melhor do que aquilo que economicamente se previa. Até agora, excetuando o Reino Unido, tudo indica que, em 2023, sem ser um ano esfuziante, será, em todo o caso, menos negativo do que se pensava, e isso é bom”, afirmou o palestrante.
Turismo, ativos, energia e bazuca ajudam economia portuguesa em 2023
No evento, foram também enunciados os quatro fatores de criação de riqueza que vão ajudando a economia portuguesa, com atual défice de capital: turismo, ativos, energia e bazuca. No turismo, Paulo Portas explicou que, a nível de receitas, Portugal está 43% acima de 2019, um número que sofre uma ligeira atenuação do aumento face ao primeiro trimestre deste ano.
Segue-se o facto de existirem muitos estrangeiros a comprar ativos no país, tanto no setor agrícola, como industrial, tecnológico e imobiliário – este último levanta preocupações quanto ao Alojamento Local, decisivo para a capacidade turística de Portugal.
O terceiro fator é o mix energético, que já não depende da Rússia, nem do transporte de energia pela Ucrânia, uma vez que os principais fornecedores energéticos de Portugal são a Nigéria e os Estados Unidos. E finalmente o peso que o PRR, a chamada bazuca, tem se o país não for capaz de aplicar os fundos – quando não aplicados, perdem-se, o que pesa na formação do PIB português, explicou Paulo Portas.
Estes quatro fatores afetam também diretamente as empresas, uma vez que “não há economia sem empresas”, afirmou, pois são estas igualmente o garante da criação de riqueza, de valor acrescentado e de emprego no país.
A desglobalização e a fragmentação foram temas igualmente abordados durante a palestra, bem como a inflação e a atual invasão da Ucrânia. Quanto às estimativas esperadas no setor empresarial, o antigo político não tem dúvida que “tal como a Europa aprendeu a viver com a pandemia sem ter grande experiência, também dá sinais de aprender a viver com uma terrível guerra no seu território”.
Paulo Portas alerta para a urgência da Europa em apostar na inovação
Relativamente às novas tendências da digitalização e da inteligência artificial, Paulo Portas abordou a urgência da Europa pensar na inovação e na pesquisa e desenvolvimento, de modo a não perder o lugar da economia do futuro: o digital. A Europa é, até ao momento, o quarto bloco a apostar e investir neste ramo, depois dos Estados Unidos, Japão e da China. Durante o discurso, Paulo Portas frisou a importância de construir uma política estável, através de uma aliança entre o setor privado e público e entre universidades, capital e tecnologia.
De acordo com a lista das dez maiores empresas de internet do mundo, seis são americanas e quatro chinesas, pelo que o problema é não haver nenhuma bandeira europeia.
“Devemos centrarmo-nos no que é essencial para a nossa competitividade como continente, gerir bem a questão da demografia e termos uma aposta constante na investigação e desenvolvimento”, concluiu.
Xerox como motor da transformação nas empresas
A Xerox Corporate Talks foi pensada com o objetivo de ajudar os decisores a melhor compreender os atuais desafios para o setor empresarial e de entender a necessidade de acelerar a transformação digital nas empresas e nos serviços públicos.
“A palestra do Dr. Paulo Portas acabou por transformar grandes conteúdos em algo entendível para todos e estou certo de que os nossos convidados estão ainda mais cientes das necessidades de transformação dos seus processos internos e de trabalharem de forma mais flexível, remota e segura. O feedback de todos os nossos clientes e parceiros foi bastante positivo”, contou José Esfola, diretor-geral da Xerox.
O evento contou com a presença de representantes de empresas e de organizações como Navigator, BCP, VASP, CML, EL CORTE INGLÊS, INCM, FENACAM, CTT, Grupo Moneris, XECOMPEX, ESEGUR, Beltrão Coelho, Serlima, NOS, MDS Group, COFIDIS, TELEPERFORMANCE, C. Santos, CONTISYSTEMS, Crédito Agrícola, Instituto Formação Bancária, XETCOPI, ALTOINFOR, MARSH, COBA, Indorama Ventures Portugal, Highgate Portugal, Unicâmbio e CREDIBOM.